analoguELEKTRONICA @ Mercado Criativo com David Bamo e Mia Couto
Quando a Arte Toca Fundo
Caros amigos, tripla bem conhecida, sinto-me lisonjeado ao ver-vos crescer. Isto não é uma simples experimentação — é uma performance real.
Não foi só o Mia que ficou satisfeito; os meus ouvidos deliciaram-se, e a cada tom que soltavam era-me difícil conter a emoção.
Vocês já foram aquilo que faltava. Agora, é só uma questão de mais vozes vos ouvirem — e mais do que ouvir, ver, escutar e interiorizar bem fundo as mensagens que transmitem.
Olha, mano Fu, mano Rock, mano VDM — enquanto continuarem nesta linha, não vão conseguir evitar uma fusão com o mundo lá fora. O vosso trabalho apaixona.
Apaixona tanto que comecei a ver-vos como pitas — não no sentido vulgar, mas como quem reconhece beleza, força e desejo de proximidade com a arte. Um dia, quem sabe, começo a vos “caçar”, para que me acariciem com essas ondas sonoras.
Em simples palavras: estar convosco um dia dar-me-ia a oportunidade de beber mais e mais desse talento que não se finge — vive, pulsa e toca fundo. Khanimambu!!!!!!!! Va makwezu
Por favor, sugiro-vos que procurem conhecer o Matxume, o Celso (filho do Durão) ou o Cheny Wa Gune, para meter o som da mbila. Tenho a certeza máxima de que, com eles, as asas sairiam logo - prontas para voar.
Estes são também expoentes, ainda que um pouco camuflados, da arte moçambicana. E convosco, de mãos dadas, poderiam trazer maravilhas a este mundo. O mundo precisa dessa terapia. O mundo precisa de conhecer a maravilha que existe do outro lado de Moçambique.
Pois não temos apenas recursos minerais. Temos também veias de arte -vivas, pulsantes - com as quais podemos, de forma positiva, levantar as almas e transformar tudo o que existe em vida.
Pensem nisso e ponham em prática.
Ah, e não poderia deixar de dizer mais uma vez apreciei muito o vosso trabalho.
por: Dírio Dambile